quarta-feira, 20 de junho de 2018

Nos bastidores de Observaçoes sobre o amor de transferencial

Com o início da leitura do texto Observações sobre o amor transferencial (1914), que se encontra no volume 12 da Edição Standard, publicado pela Imago no Brasil, saltam aos olhos dois pontos interessantes que falam e reverberam o contexto histórico, a mentalidade e o muro moral da época. Nesse texto a Psicanálise ainda é exercida apenas por médicos, o que só mudou quando em 1925, surgiu um processo judicial contra Theodor Reik por este exercer a Psicanálise de forma ilegal, posto que não era médico, e a partir daí Freud o defender através do texto “A questão da análise leiga” (1925). O segundo ponto é que só homens atendiam nessa época uma vez que era tão inabitual uma mulher médica. Começou-se então uma discussão na época que mulheres não-médicas poderiam ser analistas porque elas trabalhariam apenas psicanálise com crianças e essa prática estava muito mais ligada a pedagogia, com a educação, do que com uma terapia. Eram maneiras distintas de pensar Psicanálise para os homens e para as mulheres. É importante lembrar que a Psicanálise tinha apenas quinze aninhos quando esse texto que estamos trabalhando foi escrito. Nem precisamos falar o quanto isso mudou com o passar dos anos.

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