Considerando,
a partir das leituras anteriores, que o estímulo [Reiz] pode ser eliminado através de uma ação motora em forma de
descarga, enquanto a pulsão [Trieb] é
constante e impossível de ser removida a partir de ações motoras – “jamais
atuando como uma força que imprime um impacto momentâneo, mas sempre como um impacto constante” (Freud, 1915/1996, p.124, grifos do autor), nos
deparamos com noção de um estímulo
pulsional, descrito como aquilo que “ não surge do mundo exterior, mas de
dentro do próprio organismo” (Freud, 1915/1996, p.124).
Esse
estímulo pulsional tem origem interna no organismo, e por isso, não há uma
forma de conseguirmos fugir dele. Sendo assim, podemos caracterizá-lo como uma
necessidade [Bedürfnis] e, como toda
necessidade, só é possível suspendê-la a partir da satisfação [Befriedigung – cabe localizar o radical
desta palavra: Frieden, paz; daí
pensarmos em um apaziguamento]. A satisfação trata de um apaziguamento dos
estímulos pulsionais, não sua eliminação, havendo sempre um resto não
eliminado, uma dissimetria entre a necessidade e seu apaziguamento; tendo como
referência que o prazer é a diminuição de algo que havia aumentado, podemos dizer
que, no desprazer há uma elevação da tensão (uma quantidade que aumenta) e, no
prazer, uma diminuição. Com isso podemos pensar esquematicamente o princípio do
prazer, como vemos abaixo:
Como
diferenciação, temos então que os estímulos que podem ser evitados são
atribuídos ao mundo externo, enquanto que os estímulos que se apresentam de
forma constante vão dizer de um mundo interno e de suas necessidades pulsionais.
Ótima descrição inicial sobre um conceito fundamental da teoria.
ResponderExcluirÓtima descrição inicial sobre um conceito fundamental da teoria.
ResponderExcluirObrigado Alexandre, continue nos seguindo... abraços,
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